quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Triste realidade

Saio de uma aula de Justiça Internacional focada nos crimes hediondos praticados durante a 2ª Guerra Mundial: racismo, anti-semitismo, exterminação...
Saio aturdida, mas a pensar que apesar de tudo, o Mundo hoje está um pouco melhor.

Entro num autocarro. Uma família de ciganos, provavelmente romenos, está sentada na parte de trás. Eu sento-me naturalmente num dos bancos adjacentes. À medida que outras pessoas vão entrando, reparo que estas abrem os olhos assustados na sua direcção, e espantada, vejo que nenhum deles se senta na parte de trás do autocarro. À medida que vai enchendo, as pessoas aglomeram-se na parte da frente, sendo que atrás, sobram lugares... Uma mulher cobre a boca e o nariz com um lenço, presumidamente devido ao cheiro dos inquilinos da parte de trás. Mais olhares. Como se de um espectáculo de circo, ou pior, se uma exibição de jardim zoológico se tratasse. Uma mulher, distraída, avança para se sentar atrás e ao olhar para os ciganos, acaba por se ir sentar na zona aglomerada, a da frente.

Um sentimento estranho invade-me. Apetece-me chorar e ao mesmo tempo sinto-me nauseada. Tantos anos se passaram desde a abertura de ghettos para pessoas diferentes, pessoas que deveriam estar à margem da sociedade, sem ser vistas. Constato que afinal, o Mundo não está assim tão melhor como gostamos de pensar de forma optimista, para melhor acordarmos a cada dia, de consciência leve. Mas a verdade, é que todos os dias pessoas são tratadas de forma diferente, à nossa vista, facto que nós nos habituámos a encarar como sendo normal.

Pensem bem: Perante dois lugares vazios, qual é a maior probabilidade? Sentarem-se ao lado de um cigano ou de qualquer outro individuo de tez escura e diferente, ou sentarem-se ao lado de um branco, de alguém como vós?

A realidade é dura. E eu já o deveria saber há muito tempo... Afinal vivo num país onde querem banir o uso de véus e burkhas, onde tudo o que são sinais de diferença são imediatamente ligados a insegurança. Ao medo daquilo que não aceitamos como sendo normal... E o racismo, a discriminação acabam por ser apenas veículos que as pessoas, nós, adoptamos para nos sentirmos mais seguras...

Estranho Mundo este.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"You are looking for your own voice, but in others"



"Drop your guard,
you don't have to be smart all of the time."

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Antes só..

Antes só
Do que mal acompanhado

Antes só
Do que ter alguém por nós

Antes só
Que ter alguém sem carinho

Antes só
Que ficar de porta aberta
Sabendo bem que na certa
O amor não vem

Antes só
Sem ilusões nem desejos
Nas horas boas e más

Antes só.


(letra original: Arthur Ribeiro)

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Confusion

" I wanted a perfect ending.
Now I've learned, the hard way, that some poems don't rhyme, and some stories don't have a clear beginning, middle, and end.
Life is about not knowing, having to change, taking the moment and making the best of it, without knowing what's going to happen next. "

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cansada

Tenho medo de me estar a acomodar à vida.
Tenho medo de de não ter expectativas.
Tenho medo de perder a capacidade de reagir, de lutar.

Estou cansada.
Quero saber o que é pedido de mim nesta vida. Quero saber porquê e para quê lutar. Quero que me ouçam, mas mais do que isso, quero que me indiquem um caminho. Porque sozinha tenho lutado no vazio sem encontrar a Luz. Mereço ser feliz, tal como todos os outros. Como é que lá chego? Por mim? Pelos outros? Esperando ou lutando? Acomodando-me ou reagindo?

Estou sem forças.
Tenho medo de andar à deriva pela vida.
Quero vivê-la, mas não sei como.
Quero chegar ao meu destino, mas não sei lá chegar.

Cada um carrega a sua cruz. Será esta a minha?
Quero a Luz.


Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.